Resenha: O Reino das Vozes que Não se Calam

            

Editora: Rocco
Autor: Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
Páginas: 288
Sinopse: Em sua estreia na Rocco e marcando também a chegada do selo Fantástica, a escritora Carolina Munhóz, ganhadora do Prêmio Jovem Brasileiro por seu primeiro livro, A fada, apresenta O Reino das vozes que não se calam, escrito em parceria com a atriz e cantora Sophia Abrahão. Espécie de conto de fadas contemporâneo, em que um mundo mágico é palco para uma história de autoconhecimento e o poder dos sonhos, o romance conta a história de Sophie, uma garota cansada de sofrer com a indiferença das pessoas até descobrir um Reino onde seus talentos são reconhecidos. Cedo ou tarde, porém, ela terá que decidir entre a realidade e a fantasia, numa jornada repleta de descobertas e desafios.


                 Quando fiquei sabendo do lançamento de O Reino das Vozes que Não se Calam, fiquei curiosa por dois motivos: 1. adoro livros de fantasia e a sinopse prometia uma viagem a um reino mágico, e 2. ESSA CAPA.
                Além disso, havia todo um alvoroço sendo feito em cima do livro, em parte pela fama das próprias autoras, a Carolina Munhóz e a Sophia Abrahão. Fui à Bienal do Livro com esperança de encontrar o livro com desconto, tentando inutilmente ignorar o fato de que era um lançamento. Da Rocco.
                Nem preciso dizer que voltei de São Paulo sem o livro. Mas, poucos dias depois, a Rocco faz uma promoção de um kit do livro no twitter, e não é que eu ganhei? Sofri de expectativa durante um mês até que o kit finalmente chegou.


                O livro cortou à frente de outra centena da minha lista de leituras. Por eu ter altas expectativas em relação à história, deu aquele frio na barriga antes de começar a ler. Não foram poucas as vezes que me decepcionei com um livro por esperar demais dele, mas com O Reino das Vozes que Não se Calam foi diferente.
                Eu esperava uma história focada principalmente nos elementos fantásticos do Reino descoberto por Sophie. E, apesar de o livro se encaixar sim nessa categoria da fantasia, ele é muito mais do que isso. O Reino é um lugar maravilhoso, cheio de criaturas como fadas, fênixes e animais falantes. Nas visitas que Sophie faz a ele, é impossível não se encantar também e até desejar que ela fique ali tanto quanto a própria personagem o deseja. Mas por trás do encanto e de toda a magia está o verdadeiro cerne do livro: a própria Sophie e sua história.
                Mais do que uma história mágica, o Reino das Vozes que não se Calam traz assuntos da vida real que são enfrentados por muitos adolescentes como o bullying, a depressão, a busca por um lugar onde se encaixar. O que é interessante é que o livro não só retrata uma realidade, mas aborda também as consequências de diversas atitudes, e enquanto isso vemos Sophie crescendo e aprendendo cada vez mais sobre ela mesma, ao mesmo tempo em que aprende sobre os Tirus, o povo que habita o Reino.
                Essa foi a primeira vez que tive contato com a escrita da Carolina Munhóz. No começo do livro, fiquei com a impressão de que a escrita não estava conseguindo me conectar com as personagens, mas do meio para o final percebi que não era isso. É como se você lentamente fosse conhecendo uma pessoa, e, quanto mais a conhece, mais vai se importando com ela. Logo, percebi que ficava simplesmente indignada com a atitude dos colegas de escola de Sophie, com raiva da diretora (ditadora?), desesperada pelos pais da garota e com raiva da própria Sophie por algumas decisões tomadas.
                A dupla de autoras soube trabalhar uma temática difícil de maneira real e sensível, além de manter um toque de atualidade no livro com referências à músicas, livros e moda. Se houve um ponto negativo na leitura, e que talvez seja mais uma questão de preferência, foi a presença da tradução das músicas em inglês no próprio texto depois das frases originais, que me parecereu uma coisa repetitiva e que poderia ter sido colocada como notas de rodapé sem qualquer dano à narrativa. No geral, o livro foi uma surpresa muito boa, e uma leitura certamente recomendada.

Classificação final:


Um comentário:

  1. Muito interessante esse conto de fadas contemporâneo. E o que me chamou mais atenção foi o autoconhecimento e o desafio de decidir entre e a realidade e a fantasia.
    Fernanda Chaves.

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Quem escreve

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Thais Pampado. 20 anos. Escritora e estudante de Produção Editorial. Apaixonada por livros e por escrever. Lê praticamente qualquer gênero, mas tem uma paixão especial por fantasia e YA.
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